sexta-feira, 29 de maio de 2015

SAUDADE

Saudade se confunde com carência. Saudade é quieta. Carência aflige. Na saudade há sorrisos discretos. Na carência há prantos incompletos. Na saudade há compreensão. Na carência há confusão.
Saudade é singular, carência abre exceção para o plural. O caminho da saudade é assim: amor + dor = compreensão. O caminho da carência é assim: paixão + apego = ansiedade. Saudade faz bem. Faz bem para quem tem, sem essas de suposições e interrogações sem essas conjunções adversativas: porém, entretanto, contudo, etc. Saudade é um sinal de que, o que passou foi especial. Contudo, não quer dizer tudo, nem mesmo omitir nada, tão só um anúncio da alma pra mostrar que valeu a pena. Saudade é a cena que se repete de propósito, para revelar outro jeito diferente e amadurecido de interpretar o amor. Pois amar é deixar partir, é acreditar no efeito do tempo, que leva e traz na velocidade luz. Na velocidade que só o amor de verdade compreende. A saudade entende que foi melhor. A saudade entende que a vida sempre tem algo admirável pra nos propor e, que o só no fim do decurso nós compreendemos todo esse discurso.

Caio Dagher