sexta-feira, 12 de setembro de 2014

TEMPO É TUDO

As amarguras de uma ausência indefinida,
Comumente corroí a alma.
Uma falta, uma saudade de um mundo feliz,
Ou de uma parte perdida e aprendiz, chamada calma.

Pra agora, resta à resiliência,
Resignação e fé na intuição.
Pois paciência é o dom de confiar,
Naquilo que só o tempo traz bem devagar.
Tempo é tudo.
No princípio é mudo, mas no fim costuma ilustrar quase tudo.


Caio Dagher

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

REDIRECIONAR

Tem hora que dá vontade de sair de mansinho, recauchutar outro caminho, seguindo a beira do lago ao lado de quem atêm aos meus passos, sopros e traços, ao lado de quem não sindicalize meus trajes, minhas crises e afagos.



 Caio Dagher  

sexta-feira, 4 de julho de 2014

ENSAIO SOBRE A RETIDÃO

Em tempos de duelos,
É sábio abrigar as flores,
Engolir a sede por vingança,
Recolher os sabres inquietos,
Agasalhar as dores e os berros,
Pois as armas são aferros incertos,
São fados apertos,
Imensuráveis desconcertos para o coração.

Caio Dagher

terça-feira, 3 de junho de 2014

ASSIMILANDO INFINITIVOS DA LIBERDADE

Deixar para trás? Difícil, não? (Desapegar, consentir, entender).
Pra esgotar e resolver o dilema é preciso usar esses três verbos.

Assimilando a essência dos infinitivos, você descobre que DESAPEGAR é o fruto mais benéfico que há, pois se deu com a compreensão.  Compreensão que afasta a ternura da angústia, desata a razão das fantasias e, desliga a dor da dúvida.

Descobre também, que CONSENTIR é a aceitação da lei sublime da ação e reação, da afinidade e atração cósmica do amor. Em outras palavras, é aceitar que tudo tem um fim. Se houve fim, foi porque a cognição perdeu aderência, ou seja, os caminhos se acasalam, mas nem sempre trafegam juntos. Consentir é permitir outro começo, outra visão da vida e seus dilemas. Permitir é deixar que ação e a reação manifestem seus efeitos novamente, pois tudo muda, nós transformamos e, os encantos serão outros. Consentir também é tolerar. Tolerar a mudança, o desgosto, a bagunça que vem, todavia, também vai. Só permanece se não arrumamos o quarto. Quarto? Aquele quarto que guardamos nossos segredos, desfechos e brasões. Nosso CORAÇÃO!

Descobre por final, sobre o entender. Entender é aceitar. Aceitar é a manifestação de seu presente mais intimo e mais puro. Aceitar o presente é o mesmo que estar capacitado e disposto a ser feliz. Pois ninguém é feliz lembrando o ontem, nem abreviando o amanhã.


É?


segunda-feira, 19 de maio de 2014

TRANSITÓRIO

É tão bom conversar, ser entendido e compreendido não é? É tão cordial falar dos sentimentos internos, das percepções existenciais sem se atentar com prejulgamentos. É tão bom ser você por inteiro e, não precisar omitir sua essência. É tão bom ser obreiro do contentamento de um amigo, de ser escudeiro de algum grande segredo, de ser a confiança leal de alguém. Pena que nem sempre é assim. Ainda somos tão carentes, tão inconstantes, um tanto hipotéticos e, por vezes, céticos. Há tantas desilusões neste mundo repleto de teorias sobre o amor, sobre a dor, sobre a fé, sobre o conhecimento.  O que sabemos sobre a vida? Sofremos muito ao tentar estabelecer teorias, conceitos sobre as coisas, sobre as pessoas e seus sentimentos. Sofremos por antecipação. Se tudo é transitório, pra que se apegar no que ficou ou no que está por vir? Decepcionamos-nos com tanta facilidade. Ora, que vaidade tão nata, que presunção estúpida é essa, se a falha é sempre nossa, por projetar em alguém uma falsa concepção, uma rompante expectativa de nossos bel-prazeres. Sempre vamos nos decepcionar, se acharmos que o outro seja aquilo que pensamos. Oh ilusão, meu irmão! E o que é ser certo, num mundo de tantas incertezas, em um mundo de tantos conflitos sentimentais, sociais e espirituais. O mais importante é tentar. Procurar ser melhor, ser um homem de bem. As riquezas desta vida estão no esclarecimento. No entendimento sobre nossa passagem, sobre nosso propósito. No fundo cada um sabe o que veio fazer aqui. Conhecimento trás liberdade. Não estacione, tentando constituir suposições sobre o mundo e as pessoas, porque tudo muda. Bom é ser um homem de bem, trilhar quietamente. Estudar, amar e respeitar os distraídos e desfavorecidos, pois o mundo precisa de honestidade, de retidão e compaixão.

Quem caminha assim, não há como não ser feliz. Há espaço para todos nesse mundo. Somos protagonistas de nossas próprias vidas e herdeiros de nós mesmos.


 Caio Abrão Dagher